Lançada já em novembro de 2015 pelo então presidente uruguaio Tabaré Vázquez (Frente
Amplio, coligação de partidos de esquerda), a iniciativa Diálogo social: Uruguay hacia
el futuro (Diálogo social: Uruguai rumo ao futuro) ambicionava estimular uma reflexão
comum em três áreas: desenvolvimento e inserção internacional, proteção social e
políticas transversais. Ao longo de dois anos, 632 entidades dialogaram com o governo e
organizações internacionais. Junto com entidades oriundas da sociedade civil, o
empresariado, os sindicatos e os meios acadêmicos, formularam 210 propostas. Uma
mobilização como essa não é rara no Uruguai, um país onde há extensa tradição de diálogo
social na elaboração das políticas públicas.
Os meios sociais, médicos e acadêmicos, bem como as empresas privadas, fazem muita
questão dessas práticas participativas visando à defesa do Estado-Providência uruguaio.
Depois de estabelecidas as linha mestras, o diálogo social perdeu força com a chegada ao
poder em 2019 de um Presidente com ideias políticas contrárias à governança
participativa e com a pandemia de Covid-19, em 2020.
Entretanto, o Uruguai continua sendo o segundo país da América Latina mais adiantado,
atrás somente do Chile, na implementação dos ODS. Já atingiu as metas dos objetivos de
erradicação da pobreza (ODS 1), de educação (ODS 4), de água potável e esgoto (ODS 6),
de energias limpas (ODS 7) e de cidades sustentáveis (ODS 11).