5 Igualdade
de gênero

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

A questão do gênero ocupa um lugar central na Agenda 2030, permeando a quase totalidade dos ODS. As iniciativas divulgadas nesta publicação mostram diversas abordagens deste desafio na América Latina e no Caribe, através de projetos que lidam com educação, saúde, moradia etc. Contudo, o ODS 5 lembra a necessidade da adoção de políticas públicas robustas e que foquem diretamente a paridade ou o empoderamento das mulheres.

Mise en oeuvre des IPG en Amérique latine et dans les Caraïbes

Desigualdades de gênero persistentes no mundo do trabalho

Na América Latina e no Caribe, a incorporação precoce na agenda política da questão das desigualdades de gênero propiciou avanços no respeito aos direitos das mulheres e das meninas em geral e em alguns aspectos específicos, como a criação de políticas de cotas e a presença feminina em cargos públicos e eletivos. Porém, esse avanço não foi constatado em outros setores: os indicadores de salários, pobreza por gênero e desemprego refletem um cenário ainda preocupante no campo do trabalho e do acesso às oportunidades, uma situação que foi agravada com a pandemia de Covid-19.

Uma ferramenta regional para a paridade de gênero

Para tentar reduzir estas desigualdades, nasceu em 2016 um programa multinacional chamado “Iniciativas de paridade de gênero” (IPG), fruto de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fórum Econômico Mundial (FEM).

Juntas, as duas instituições estabeleceram o objetivo de reforçar a inclusão econômica das mulheres, promovendo seu acesso a empregos decentes no setor privado e nas administrações públicas.

Em 2018, a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) juntou-se à iniciativa e está hoje contribuindo para o financiamento das operações desenvolvidas em cinco países, entre os quais a República Dominicana.

As IPGs são um instrumento de cooperação internacional que visa a redução das desigualdades de gênero nos campos econômicos e do trabalho. O conceito surgiu em 2012, impulsionado pelo FEM. Essa instituição já havia criado, em 2006, o Global Gender Gap Index (GGGI), uma metodologia baseada em quatro dimensões

fundamentais (econômica, política, educacional e de saúde) para mensurar o hiato entre as mulheres e os homens em termos de distribuição dos recursos e oportunidades.
De acordo com este método de avaliação, um resultado igual a 1 equivale a uma paridade perfeita e um resultado próximo de 0 mostra um hiato acentuado entre os sexos.

Fortalecer a inclusão econômica das mulheres na República Dominicana

Com uma taxa de desemprego feminino duas vezes superior à dos homens e três de cada dez mulheres exercendo atividades domésticas não remuneradas, a República Dominicana ostenta um quadro muito desigual em matéria de gênero e de acesso às oportunidades econômicas.

Até meados de 2023, 53 empresas dominicanas já haviam aderido às IPGs, entre as quais gigantes da telecomunicação como Altice ou Huawei. Mais à frente, a construção de parcerias virtuosas entre as instituições públicas e o setor privado na República Dominicana deve facilitar o acesso das mulheres a melhores oportunidades profissionais e salariais.

Para tanto, o programa prevê expressamente aumentar a participação feminina em setores estratégicos da economia, como na ciência e tecnologia, na engenharia e na matemática.

No 19° lugar do ranking regional, com um GGGI de 0,703 para o ano de 2022, a República Dominicana está entre os países latino-americanos mais desiguais em termos de gênero.

Mais detalhes

Taxa de desemprego por gênero para o ano de 2022

Fonte: OIT, 2023 (ILOstat, estimativas).

Índice de prevalência feminina nas famílias pobres em 2021

Fonte: Cepalc, Observatório da igualdade de gênero, 2021.

Na República Dominicana

Homme x100
Femme x144,1

Para cada 100 homens com idade de 20 a 59 anos, vivendo em famílias pobres, existem 144,1 mulheres na mesma situação.

Na América Latina

Homme x100
Femme x116

Para cada 100 homens com idade de 20 a 59 anos, vivendo em famílias pobres, existem 116 mulheres na mesma situação.