1. Erradicação da pobreza

2. Fome zero e agricultura sustentável

3. Saúde e Bem-Estar

4. Educação de qualidade

5. Igualdade de género

6. Água potável e saneamento

7. Energias Renováveis e Acessíveis

8. Trabalho decente e crescimento económico

9. Indústria, inovação e infraestrutura

10. Reduzir as desigualdades em cada país e entre eles

11. Cidades e comunidades sustentáveis

12. Consumo e produção responsáveis

13. Ação contra a mudança global do clima

14. Vida na água

15. Vida terrestre

16. Paz, justiça e instituições eficazes

17. Parcerias e meios de implementação

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11 Cidades e
comunidades
sustentáveis

Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis

Desde a década de 1970 e a primeira conferência Habitat sobre assentamentos humanos, o interesse da comunidade internacional pelos desafios urbanos nunca deixou de crescer. As cidades são espaços estratégicos para o desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas. Hoje, mais da metade da humanidade está concentrada nas cidades e as previsões estimam em cerca de 70% a taxa global de urbanização até 2050.

Cooperativas habitacionais no departamento de Matagalpa, Nicarágua

A moradia colaborativa: uma prática há muito tempo enraizada na América Latina

Na América Latina e no Caribe, já foi superada a marca de 80% de moradores urbanos e muitas cidades enfrentam graves problemas de moradia precária ou de déficit habitacional. Historicamente, no entanto, a região foi um terreno fértil para o desenvolvimento de soluções inovadoras nas questões urbanas e habitacionais, com uma longa tradição de construção em mutirões. No Uruguai, o trabalho pioneiro implementado na década de 1960 pelas primeiras cooperativas habitacionais trouxe à moradia coletiva suas credenciais, emergindo como uma solução convincente.

Reunidos sob uma entidade guarda-chuva, a Federação Uruguaia de Cooperativas Habitacionais em Mutirão (FUCVAM), os movimentos sociais afins e seus parceiros estrangeiros trataram de divulgar suas ideias e seu know-how que, aos poucos, foram ganhando outros países da região e do mundo.

A experiência das cooperativas habitacionais da Nicarágua

Na Nicarágua, em um dos departamentos mais populosos e urbanizados, o Matagalpa, movimentos civis e associativos de meados dos anos 2010 criaram as primeiras cooperativas habitacionais.

Acompanhadas pela FUCVAM, assumiram a missão de proporcionar soluções de moradia digna a famílias de baixa renda. Desde 2014, receberam o apoio da Urbamonde, uma ONG franco-suíça especializada na moradia cooperativa, que as ajudou a se estruturarem.

Os recursos da cooperação internacional dirigidos a essa entidade também foram muito valiosos para o processo. Serviram para remunerar os serviços da cooperativa de profissionais Multipro, que se tornou um parceiro local determinante na execução dos projetos. Preocupada com o seu impacto sobre as desigualdades de gênero e a inclusão das mulheres, cuidou de garantir a elas um papel central nos grupos de poupadores e na condução dos projetos de construção.

Incentivadas pelo sucesso das experiências desenvolvidas até agora, a Multipro, a Urbamonde e as cooperativas de Matagalpa continuam trabalhando juntas pela promoção de soluções de moradia dignas e sustentáveis.

Mutirão e produção de unidades. Na América Latina, as modalidades de construção de moradia através dos mutirões remontam a uma tradição antiga de ajuda mútua nas comunidades indígenas. Em muitos países, ainda trazem nomes oriundos das línguas quéchua e tupi-guarani: minga, em espanhol, e mutirão em português. Aliás, no Brasil, vários programas habitacionais governamentais têm esse nome.